sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Dadá: a estilista do cangaço
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"Ela era branca, branca. Dessa brancura que não se usa mais. Mas sua alma era furta-cor." (Mario Quintana)
O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.. (Mário Quintana).
- Joyce Torquato
- É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. (Clarice Lispector)
Cogito (Torquato Neto)
eu sou como eu sou/ pronome/ pessoal intransferível/ do homem que iniciei/ na medida do impossível
eu sou como eu sou/ agora/ sem grandes segredos dantes/ sem novos secretos/ dentes/ nesta hora
eu sou como eu sou/ presente/ desferrolhado indecente/ feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou/ vidente/ e vivo tranqüilamente/ todas as horas do fim.
Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena. (Cecília Meireles)
DEVOLVE, MOÇO (Ana Cañas)
Existe aqui uma mulher/Uma bruxa, uma princesa...
Uma diva, que beleza!/Escolha o que quiser...
Mas ande logo/ Vá depressa/ Nem se atreva a pensar muito
O meu universo ainda despreza/ Quem não sabe o que quer
Meu coração eu pus no bolso
Mas apareceu um moço que tirou ele dali/Não, isso não é engraçado
Um coração assim roubado/ Bate muito acelerado
Devolve, moço/ O meu coração pro bolso
'Ele leva uma vida plena, sem o vazio da minha. Não tenho nada porque não o tenho. (Frida Kahlo)
Não sigo moda... me incomoda!
"Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande." (Adélia Prado)
Cantiga para não morrer
Quando você for se embora,/ moça branca como a neve,/ me leve. //Se acaso você não possa/ me carregar pela mão,/ menina branca de neve,/ me leve no coração.// Se no coração não possa/ por acaso me levar,/ moça de sonho e de neve,/ me leve no seu lembrar. // E se aí também não possa/ por tanta coisa que leve/ já viva em seu pensamento,/ menina branca de neve,/ me leve no esquecimento. (Ferreira Gullar)
“O sonho encheu a noite/ Extravasou pro meu dia/ Encheu minha vida/ E é dele que eu vou viver/ Porque sonho não morre.” (Adélia Prado)
O estilo não passa do movimento da alma.
Saudade (Clarice Lispector)
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
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